Usar a tecnologia a favor do plantio contribui com a preservação ambiental e econômica das cidades além de permitir que a alimentação saudável esteja mais próxima do consumidor.
Com esse conceito, as fazendas urbanas são projetadas para produzir alimentos nos centros urbanos e para garantir um processo de produção mais sustentável e de menor impacto ambiental. Isto ajudará não só na qualidade da alimentação da população, como também ajudará a mitigar, além das mudanças climáticas, a fome que atinge grande parcela da população.
De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) – que supervisiona programas prolongados que abordam a sustentabilidade em uma série de setores, inclusive agricultura, pecuária e pesca, para combater a fome, será preciso aumentar a produção de alimentos em 60%, globalmente, e duplicar a produção dos países desenvolvidos.
Atualmente, uma média de 23,7 milhões de toneladas de alimentos são produzidos por dia em todo o mundo. Um processo que tem um custo bilionário e um impacto ambiental na mesma proporção: cerca de 9,5 bilhões de metros cúbicos de madeira são cortados de florestas, mais de 7,4 trilhões de litros de água são usados para irrigar campos cultivados e trezentas mil toneladas de fertilizantes jogados por dia.
Um cenário que pede pela redução do desperdício de alimentos e pelo investimento em tecnologias que minimizem o impacto ambiental de produzir comida e favoreçam sistemas de cultivo resilientes como as fazendas urbanas e o plantio indoor.
TECNOLOGIA PARA PLANTAR
Em plena cidade já brotam mudas de verduras e hortaliças – resultado de sistema desenhado para ter um ambiente com controle de temperatura e água, com luz monitorada e sem aplicação de agrotóxicos, que permite o plantio de hortas em diversas metrópoles pelo mundo.
A prática também colabora para mudar um sistema onde grande parte do que é consumido na cidade é produzido a quilômetros de distância, fazendo com que a logística acrescente mais emissões de carbono a todo um processo que já consome bens naturais e deixa o valor do alimento mais caro.
O plantio indoor significa também promover uma alimentação mais saudável e rica em nutrientes. A prática não utiliza pesticidas e usa do controle de irrigação e temperatura para favorecer o desenvolvimento de alimentos de qualidade.
Outro ponto que traz mais benefícios à comunidade que tem acesso às hortas urbanas é a localização. Estar mais próxima ao consumidor, favorece a preferência pelo consumo de produtos naturais, fazendo com que os vegetais cheguem frescos à mesa, e com mais sabor, textura e propriedades nutricionais.
HORTAS ACESSÍVEIS
Um exemplo dessa iniciativa é o projeto do Shopping Eldorado, localizado em na capital paulista, que implantou em sua cobertura um telhado verde que além de ajudar a economizar energia com o ar condicionado – resfriando naturalmente o interior do local, promove a compostagem das comidas que são descartadas diariamente no shopping e produz alimentos frescos em sua horta urbana, uma das primeiras do Brasil.
Outra empresa pioneira nessa boa prática, é a Mercedes-Benz, desde março deste ano trabalhadores da fábrica de automóveis, em São Bernardo do Campo (SP), podem ter acesso a hortaliças frescas, naturais e livres de agrotóxicos. Os alimentos são plantados, colhidos e servidos na própria fábrica, onde foi instalada uma fazenda urbana. Os funcionários têm acesso aos legumes e hortaliças no refeitório, mas também podem comprar para levar para casa. O projeto é resultado de uma parceria entre a fabricante de automóveis e a startup de Belo Horizonte – a BeGreen, que propõe a instalação de fazendas em ambientes urbanos.
MODELO DE NEGÓCIO
A agenda da ONU para o desenvolvimento sustentável destaca que a agricultura sustentável está no centro da luta para acabar com a fome mundial e salvar o planeta.
Por isso, a abordagem integrada para sustentabilidade faz das fazendas urbanas e do plantio indoor soluções do futuro. Empresas e organizações enxergam esse potencial para o desenvolvimento de cidades mais eficientes contribuem efetivamente para um setor com mais produtividade, preservando o ecossistema original e, consequentemente, com a diminuição dos efeitos das mudanças climáticas.