O aço é um material imprescindível da construção civil, automobilística e industrial. No ano de 2021, a produção mundial de aço bruto somou 1,911 bilhão de toneladas. O problema disso tudo? O impacto ambiental que a produção desse material causa, é uma das indústrias mais poluentes e consumidoras de energia do mundo.
A fabricação do aço que conhecemos é feita em altos-fornos que utilizam combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural, para, assim, atingir altas temperaturas e reações químicas que são necessárias. Mas, tudo isso, origina, aproximadamente, entre 7% a 11% das emissões de CO2 no Planeta.
A boa notícia é que, há alguns anos, alternativas estão sendo buscadas e uma das principais é a criação do aço verde. O aço verde tem como objetivo tornar o processo produtivo ecológico por meio da substituição total do uso do carvão por alternativas que diminuam e/ou eliminem as emissões CO2. Existem também alguns projetos com energia elétrica, carvão vegetal e hidrogênio.
O impacto deste material para o setor da construção civil contribui ativamente para a construção sustentável em todos os seus aspectos: ambientais, sociais e econômicos. Afinal, o objetivo da construção sustentável é diminuir cada vez mais o impacto ambiental e trazer qualidade de vida e bem-estar para a população.
PROCESSO PRODUTIVO
Atualmente, existem três alternativas que são pesquisadas e testadas para a produção do aço verde:
Hidrogênio: Na Suécia, empresas do ramo de minério, energia e siderurgia estão trabalhando no projeto piloto que visa substituir o coque de combustíveis fósseis – maneira atual de produção do aço – por hidrogênio. Nesse formato, o gás hidrogênio é criado por uma técnica, que usa corrente elétrica, com o intuito de separar a água em hidrogênio e oxigênio. No final do processo será liberado apenas vapor de água.
Eletricidade: A Boston Metal, empresa criada pelo empresário e CEO Tadeu Carneiro, trabalha com o aço verde através da eletricidade que é usada para chegar no metal utilizando a eletrólise de óxido fundido. De acordo com Carneiro, “Quando passa a eletricidade, ela quebra a ligação do óxido de ferro, que é o menos estável deles. Ele também libera as impurezas do minério de ferro e o que sobra é um ferro puro líquido, dessa forma, a tecnologia da Boston Metal consegue aproveitamento de qualquer tipo de minério de ferro, independentemente da qualidade.”
Carvão natural e reflorestamento: O Aço Verde do Brasil (AVB), tem como objetivo o modo de produção sustentável. Isso significa que o aço não é proveniente de fontes poluentes, mas sim, produzido por meio do carvão vegetal e do reflorestamento.
O desenvolvimento do AVB, lançado em 2015, tinha como intuito criar um método de produção de aço baseado em energia renovável e, depois de sete anos, chegou no resultado da substituição do carvão mineral pelo uso de carvão vegetal, originário das florestas de eucalipto. O carvão vegetal é considerado um coque renovável e com capacidade de auxílio para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Ou seja, ainda teria, por mais que pequena, a liberação de CO2. A alternativa para isso é o reflorestamento tornando-se um ciclo, já que a absorção de CO2 seria feita pelas próprias florestas de eucaliptos em crescimento, por meio da fotossíntese.
VANTAGENS DO USO DO AÇO VERDE NA CONSTRUÇÃO CIVIL
O uso do aço é mais do que importante quando falamos sobre construção civil. Quase 40% do consumo aparente de aço no Brasil é decorrente dela. Ou seja, por mais que sejam buscadas práticas sustentáveis de outras maneiras, com a Construção Sustentável, Arquitetura Verde e outros movimentos, o uso do aço verde consegue completar o ciclo diminuindo o impacto em todo o processo. Além disso, o aço verde beneficia quem se utiliza dele, uma vez que é mais durável, maleável e resistente a condutividade térmica.
Sendo assim, a construção civil só sai ganhando com a implementação e o desenvolvimento do aço verde. Ainda há o que testar e identificar o melhor modelo, pensando em valores e produção, além das preocupações da indústria com a produção em massa dessas alternativas de aço, mas o futuro é promissor. Afinal, incluir a sustentabilidade dentro de todo o processo produtivo do material favorece o ecossistema envolvido e os setores importantíssimos que movimentam a economia mundial.
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