Nos últimos anos, produtos passaram a ser identificados com selos “carbono neutro”, e a neutralização das emissões de carbono tornou-se uma bandeira de empresas engajadas na proteção ambiental. Mas por que o carbono é o principal fator da crise climática? E o que significa, afinal, ser carbono neutro?
Para elucidar essas questões, é preciso levantar alguns pontos sobre o aquecimento global.
Dióxido de carbono em excesso
O dióxido de carbono, também conhecido como gás carbônico, é naturalmente parte da atmosfera e essencial para a fotossíntese, por exemplo.
Incêndios, desmatamentos, queima de combustíveis e boa parte das atividades industriais liberam dióxido de carbono. Considerando a quantidade crescente de desmatamentos, carros e indústrias no mundo, da primeira Revolução Industrial até hoje, há de se imaginar que há dióxido de carbono em quantidades muito superiores à ideal para o equilíbrio atmosférico.
Até mais ou menos o ano 1700, a quantidade de gás carbônico na atmosfera permanecia em torno de 275 ppm. Isso significa que, a cada um milhão de moléculas do ar, 275 eram de dióxido de carbono. Este número tem crescido ano a ano, e na primeira semana de junho de 2021, cientistas do Observatório Atmosférico de Mauna Loa, no Havaí, registraram a alarmante marca de 419 ppm.
Os efeitos do dióxido de carbono
Uma das principais consequências do excesso desta substância – somada a outros gases poluentes – é a retenção de calor nas camadas mais baixas da atmosfera. É o famigerado efeito estufa.
Em condições normais, a radiação solar atravessa a atmosfera em direção à Terra, e o calor é irradiado para se dissipar no espaço. Mas agora, antes de chegar lá, a radiação encontra no caminho uma espessa camada de gases, sendo o dióxido de carbono o principal deles, e não consegue mais “sair”.
Como resultado, as médias de temperatura sobem. Isso causa desequilíbrio climático, degelo das calotas polares e a consequente elevação do nível do mar. Além de secas, desertificação e, posteriormente, escassez de alimentos, migrações em massa e uma quantidade cada vez maior de refugiados climáticos.
As consequências do excesso de dióxido de carbono não param aí. Por estar presente em grandes quantidades no ar, o gás tem tornado as águas oceânicas mais ácidas, o que ameaça espécies e desequilibra a biodiversidade marinha.
Reduzir e neutralizar emissões de carbono: um caminho para reverter a crise climática
É para evitar um iminente e irreversível colapso ambiental que, cada vez mais, a redução de
emissões e a neutralização de carbono têm sido discutidas.
No Acordo de Paris, um documento assinado por 195 países, foram estabelecidas algumas metas globais para reverter a crise climática. A principal delas é evitar o aumento de 2ºC na temperatura do planeta, em relação ao período pré-industrial.
Para viabilizar esse objetivo, os países signatários se comprometeram a substituir algumas práticas altamente poluentes, como a geração de energia elétrica pela queima de carvão, por outras mais “limpas”, como a energia eólica. O compromisso também prevê a compensação das emissões que forem inevitáveis.
Para que este objetivo global seja atingido, mobilização governamental é fundamental, mas não basta: empresas de todos os portes e setores também precisam estar engajadas.
Carbono neutro: o que significa, afinal?
Felizmente, não são poucas as marcas que estão genuinamente abraçando a causa e se empenhando em reduzir e neutralizar emissões de dióxido de carbono.
Os selos “carbono neutro” e as informações nas embalagens de produtos dizem respeito a este engajamento. Quanto um produto é considerado carbono neutro, o fabricante revisitou todas as etapas do processo de produção e reduziu as emissões de gases de efeito estufa. Aquelas emissões que não podem ser evitadas, são compensadas. Ou seja, a empresa atua ativamente no reflorestamento ou financia instituições que o fazem. Afinal, florestas absorvem e estocam gás carbônico.
Colocando na ponta do lápis, quando a quantidade de carbono capturado da atmosfera é igual ou maior que a quantidade de dióxido de carbono emitido na fabricação do produto, temos um item, ou uma marca, “carbono neutro”.
Tecnologias carbono neutro na construção civil
Nos residenciais projetados pela Artesano Urbanismo, tecnologias carbono neutro são utilizadas na construção das áreas comuns. A madeira engenheirada, que “sequestra” carbono da atmosfera, é utilizada em substituição ao cimento e ao concreto, altamente poluentes.
Os telhados verdes também são um recurso empregado pela Artesano para neutralizar emissões, assim como a geração de energia limpa por meio de paineis fotovoltaicos.
A Artesano Urbanismo nasceu com a sustentabilidade no DNA, e tem a redução e neutralização de impactos ambientais como prioridades.
Para pensar sobre “carbono neutro” e aquecimento global: dica de documentário
O ator e ativista Leonardo DiCaprio, há muitos anos engajado na luta pela preservação do meio ambiente, viajou o mundo entrevistando cientistas e investigando as consequências da crise climática. O resultado é o documentário Seremos História?, uma produção da National Geographic, disponível no catálogo do streaming Disney+