Ao longo de séculos, as cidades cresceram tendo o equilíbrio ambiental no final da lista de prioridades. Os rios foram enterrados, grandes áreas foram desmatadas e a contaminação dos solos acelerou a degradação nos centros urbanos. Mas o planeta não comporta mais este modo de habitar, e na contramão dele está o conceito de Urbanismo Sustentável.

Para evitar um colapso ambiental e assegurar bem-estar às pessoas, o Urbanismo Sustentável propõe novas práticas e prioridades para as construções e o planejamento de cidades, bairros e áreas residenciais.

Urbanismo Sustentável na prática

No Urbanismo Sustentável, a preservação da biodiversidade, a criação e ampliação de áreas verdes, a mobilidade e acessibilidade são preeminentes. Isso significa que os carros – e o deslocamento por eles – deixam de ocupar o centro das decisões públicas. Meios de transporte mais democráticos e alternativas não poluentes, como a bicicleta, ganham espaço nas vias.

Outra grande mudança proposta pelo Urbanismo Sustentável é que os espaços públicos deixem de ser não-lugares. Em vez de transitarem rapidamente, as pessoas são convidadas a permanecer e interagir: parques, praças amplas, calçadas largas, bancos e bosques incitam o convívio e o pertencimento ao lugar.

No Brasil, algumas experiências de sucesso provam, já há alguns anos, que é possível implementar tais ideias. Curitiba, no Paraná, foi eleita a cidade mais sustentável da América Latina graças aos projetos de mobilidade urbana, gestão de resíduos e melhora da qualidade do ar. O pioneirismo destas iniciativas partiu do arquiteto e urbanista Jaime Lerner, uma referência internacional em cidades para pessoas.

Pontos importantes do Urbanismo Sustentável

Entretanto, estes não são os únicos preceitos do Urbanismo Sustentável. Abaixo, as práticas de mais destaque:

– Meios de transporte alternativos: além de democratizar a mobilidade, é preciso viabilizar alternativas que não emitam gases de efeito estufa, já que a poluição atmosférica é o principal motivo da crise climática;

– Preservação e proteção da biodiversidade: manter o relevo, as rochas e árvores dos terrenos ao construir, não desmatar e garantir um sistema de saneamento que não polua nascentes e lençóis freáticos são algumas das prioridades;

– Práticas construtivas sustentáveis: tecnologias carbono neutro, como a madeira engenheirada, além de sistemas de reúso de água e geração de energia limpa residencial;

– Criação de áreas verdes: além dos jardins verticais, hortas e pomares comunitários, plantio de espécies nativas e a transformação de espaços públicos de concreto e cimento em áreas verdes, que garantem um clima mais ameno e melhor qualidade do ar;

– Reutilizar, reciclar e reduzir: a máxima vale para a gestão de resíduos e também para a revitalização de áreas. Grandes cidades têm transformado antigas indústrias e galpões desativados em centros de convivência e cultura repletos de áreas verdes. A prática é uma alternativa à demolição para novas construções.

Urbanismo Sustentável em condomínios residenciais

A Artesano Urbanismo desenvolve projetos autorais exclusivos e orientados pelos preceitos da sustentabilidade. Em nossos empreendimentos, implementamos tecnologias carbono neutro, como estruturas em madeira engenheirada e telhados verdes. Também atuamos na preservação, ampliação e proteção das matas e nascentes da região, e implementamos hortas e pomares comunitários, além de viveiros de espécies nativas.

Para pensar sobre Urbanismo Sustentável: dica de leitura

O arquiteto e urbanista Jan Gehl é referência quando o assunto é pensar as cidades para a qualidade de vida e a preservação do meio ambiente. As ideias de Gehl, que também é professor universitário, contribuíram com a construção do conceito de Urbanismo Sustentável.

No livro Cidades Para Pessoas, lançado em 2013, ele analisa algumas experiências ao redor do mundo e propõe as mudanças necessárias na maneira de habitar, para um futuro de regeneração do meio ambiente.