Um novo olhar sobre a madeira dentro da construção civil incentiva novas práticas e marca também um novo posicionamento frente à preocupação global com o meio ambiente.
Tudo porque esse mercado é responsável pela geração de 70 milhões de toneladas por ano de resíduos e 47% da emissão dos gases de efeito estufa, segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Um novo cenário que tem exigido adaptação, inovação e tecnologia para buscar alternativas que gerem menos resíduos, exijam menor gasto energético, menor consumo de água em sua produção e possibilitem descarte com menor impacto ambiental.
O material do futuro
A madeira pode ser uma opção para trazer mais sustentabilidade para as construções, de acordo com o estudo apresentado no 3º Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia da Madeira em Florianópolis.
Uma aposta embasada no fato que a produção de peças estruturais de madeira demanda aproximadamente de duas vezes menos energia, comparada a produção de peças em alvenaria. E também necessitam de menor quantidade de água, reduzindo consumo de recursos hídricos.
Para Luciano de Aguiar, diretor comercial da ITA Construtora, esses dois pontos fazem do uso da madeira MLC (madeira laminada colada) engenheirada um grande passo para conquistar um modelo mais sustentável na construção civil. Ele pontua ainda, que não bastasse o consumo de energia e água, os materiais mais utilizados na construção civil – o aço e o concreto, usam minérios na sua composição, itens que, além de não serem renováveis, causam impactos ambientais também na sua extração.
Em contraponto, a madeira que é uma matéria-prima renovável, possui a qualidade única de absorver e reter o Dióxido de Carbono (CO2), diminuindo os gases de efeito estufa na atmosfera. Sendo um material muito resistente, que quando bem trabalhado e cuidado, pode ser reutilizado de muitas maneiras atendendo assim, os princípios da economia circular de eliminação de resíduos e poluição, manutenção e regeneração dos sistemas naturais.
“A vantagem da madeira é que ela pode ser replantada inúmeras vezes, desde que esse plantio seja realizado de modo responsável é possível garantia de matéria-prima por gerações”, conta Luciano.
Para garantir que a madeira cumpra os requisitos de sustentabilidade ambiental é indispensável que o fornecedor possua documentos que comprovem a rastreabilidade da cadeia produtiva desde o plantio, ou realizar a compra de madeira certificada, através de produtores com certificação florestal.
Tecnologia no habitar
A madeira passa a sensação de conforto e afetividade, percepções que também são importantes na qualidade do morar, porém o trabalho da Artesano é também ir além destes estereótipos, construindo soluções sustentáveis além da moradia.
Alinhada com as premissas ambientais, o uso da madeira associada às tecnologias como a de MLC engenheirada, possibilita não só atender às casas unifamiliares de pequenas dimensões, mas também edifícios multipavimentos. “Aeroportos, hangares e outras edificações de grande porte que compõem as cidades de hoje, as quais ainda são construídas muito mais em concreto e aço, mas que no futuro veremos em madeira”, projeta Luciano.